Você sabe o que está debaixo do seu capô?
Correia ou corrente?
Você sabe qual dos dois o seu motor usa? Essa dúvida pode custar caro depois.
Um dia um mecânico ouviu de uma cliente um pedido que parecia comum. “Dá uma olhada na correia dentada do meu Classe A? Me disseram que, se ela quebrar, vai me dar um grande prejuízo."
Só que o Mercedes-Benz A 160 dela não tem correia dentada e sim corrente. E não é incomum perguntas como essa. Muita gente me pede para trocar correia dentada de Ford Ka e de Toyota Corolla, entre outros. Mas nenhum desses tem correia, tem corrente.
Muitos proprietários não sabem exatamente o que está sob o capô de seus automóveis. Sorte dessa cliente ter encontrado uma oficina honesta pela frente, mas esse desconhecimento pode ser a chance de cair no golpe da correia e pagar por uma troca que nunca foi feita, pois em geral as correntes do comando de válvulas duram 100 000 km ou mais.
Para começar, vale saber para que serve a correia dentada em um motor. Ela movimenta e sincroniza as válvulas em relação aos pistões. Se a correia se quebrar, as válvulas param, deixando de admitir o ar e o combustível e de eliminar os gases da combustão. Como elas param, os pistões se chocam com algumas delas, o que trava o motor. É daí que vem o alto custo do conserto de que todo mundo fala (e que teme). Acontece de uma pessoa comentar com outra que teve um grande prejuízo ao deixar a correia dentada quebrar e esse comentário, de boca em boca, leva alguns usuários a trocar a correia, mas nem sempre seus carros têm correia. Podem ter corrente. É para evitar essa fragilidade que alguns fabricantes optam pela corrente, que faz o mesmo serviço que a correia, porem, duram mais.
Não espere, ver a correia gasta ou ouvir algum chiado específico. Está na dúvida? Mande trocar a correia. Carros como o Fiat Palio, o Chevrolet Celta e o VW Gol têm recomendação de troca a cada 60 000 km. Com uso severo, essa recomendação cai para 40000 km. Já os Ford Escort 1.8 16V Zetec e o Fiesta 1.4 16V, que também usam correia, têm recomendação de troca em 120 000 km. Com uso severo, ela cai para 100 000 km. A diferença na quilometragem de troca não é pela qualidade das peças, mas pelo próprio projeto do motor.
Apesar de serem resistentes, as correntes também precisam ser substituídas um dia, mas elas têm a vantagem de dar o aviso antes. A troca da correia dentada varia de 40 000 km a 100 000 km, enquanto a troca da corrente pode variar de 100 000 km até quando ela fizer ruído. É muito raro uma corrente quebrar, diferentemente do que ocorre com a correia dentada. Antes de quebrar, os elos de uma corrente fazem barulho durante um bom tempo. A durabilidade é maior porque, além de ela ser feita de aço, ela ainda recebe a lubrificação do óleo do motor.
Os carros que usam corrente no motor, entre os modelos nacionais, do Mercosul e do México.
Chevrolet: Ecotec (Captiva) e o V6 3.6 (Omega e Captiva) Ford: todos os motores atuais da marca. Honda: todos os motores atuais da marca. Nissan: todos os motores da marca. usam corrente, exceto o 1.6 da Livina, de origem Renault, que usa correia. Toyota: todos os motores atuais da marca. (Exceto Hilux)
Fonte: https://www.facebook.com/maonagraxa/photos/a.1319241681435019.1073741828.1319166478109206/1351360101556510/?type=3&theater